quinta-feira, 23 de setembro de 2010

yesterday don't matter if it's gone.

" Há mulheres que se apaixonam por gays? Sim.

E gays que se apaixonam por mulheres? Também.

Talvez tal realidade provoque no típico macho latino estranheza, perplexidade e, por que não dizê-lo, um certo nojo, mas é um facto que há histórias de amor profundo e duradouro entre gays e mulheres heterossexuais.
O interesse de uma mulher por um gay pode ter a ver com padrões estéticos, mas passa também por um grau de entendimento intenso e completo, já que os gays muitas vezes percebem as mulheres melhor do que os homens, mesmo entre os que percebem de mulheres, porque uma coisa é saber como elas são e outra bem diferente é entendê-las intuitivamente.

Um gay que goste de mulheres – com ou sem interesse sexual por elas – sabe naturalmente o que elas querem.
Ele possui uma facilidade nata para as perceber, enquanto um heterossexual nem sempre consegue o mesmo.

Ora a diferença reside exactamente no seguinte: um heterossexual aceita ainda que não entenda, já um gay entende quase sempre uma mulher.
Mas há ainda outra questão: se é comum dizer que o amor não escolhe idade, por que não assumir que o amor também pode escolher o sexo? E por que precisamos de classificar tudo? Os rótulos trazem-nos segurança porque nos balizam e representam o conjunto de valores com os quais nos identificamos. Porém, a vida é profícua em trazer-nos surpresas: uma pessoa pode encantar-se, envolver-se, enrolar-se e até mesmo apaixonar-se por uma pessoa do mesmo sexo ou por uma pessoa que tendencialmente não se interessa pelo nosso. O que condiciona ou impede estes impulsos tem muito mais a ver com a dita escala de valores e de princípios com base nos quais actuamos, do que com os nossos próprios instintos"

Margarida Rebelo Pinto



(Esta Senhora acerta sempre na mouche...)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sol de pouca dura...




Daqui a poucos dias estarei em Inglaterra para umas mini- férias. Se não fosse a faculdade ficava até ao natal....

domingo, 8 de agosto de 2010

Já dizia o Garfield, «home is where they understand you».





Hoje fui ver a última cómedia romântica de Jim Field Smith, She's Out of My League ("Ela é demais para mim") .
O filme conta a história de Kirk, um rapaz perfeitamente comum, que conhece Molly, uma rapariga de uma beleza e inteligência excepcionais que se mostra interessada nele.
Mas Kirk, com as suas inseguranças e inibições, entra num processo de negação.

Durante todo o filme ouvimos um dos amigos de Kirk repetir que ele é "um 5" (puxado) e ela "um 10", que a a diferença de valores nunca poderia ser mais de 2 e que a relação deles está, por isso mesmo, condenada ao fracasso.

Dei por mim mesma a pensar sobre o significado de um 5 ou um 10.
No fundo é tudo uma questão numérica?
O que quero dizer é: para uma pessoa ser, por exemplo, um 8, é preciso exactamente o quê? ser alto ou baixo? magro ou gordo? musculado ou musculada? ter sentido de humor? ser tímida ou extrovertida? ter um rabo grande ou um peito grande? ter umas pernas bem delineadas?
Ou será que no fundo nada disso interessa quando se gosta?


Eu acho que quando gostamos de alguém essa pessoa é sempre um 10.
Mesmo com todos os seus defeitos (que demoram muitas vezes a serem vistos), ela é sempre um 10 e só cada um de nós sabe o que faz uma pessoa ser um 10 ou um 5.
Só cada um de nós sabe o que lhe agrada ou não agrada naquela pessoa.
E mesmo que a pessoa que está ao nosso lado não seja um modelo de perfeição, o que mais pesa é a relação que conseguimos construir com ela e o que conseguimos ver com os nossos olhos que mais ninguém consegue ver.

Não é por acaso que dizem que o amor é cego ou que o amor conhece coisas que a razão desconhece.



NÃO escolhemos por quem nos apaixonamos e, depois de nos apaixonarmos, não escolhemos amar esta ou aquela pessoa.
Podemos encontrar força suficiente para nos afastarmos de alguém que amamos e que nos faz mal, mas é impossível fingir que amamos alguém só porque essa pessoa preenche todos os itens da nossa folha de Excel.
Da mesma forma que quem fica à espera que a pessoa certa apareça, corre o risco de acabar os seus dias solteiro e sozinho.

Esta mania que temos sempre de analisar tudo e de pôr em causa o que não segue as regras ou os padrões habituais, acaba por se virar contra nós.

Mais vale deixar correr, confiar na vida e gozá-la enquanto cá andamos, não vá dar-se o caso de nos cair um piano em cima e, depois, já não haver nada a fazer. Até porque na prática nunca nada é como imaginámos, ou, como disse John Lennon, a vida é o que acontece enquanto estás ocupado a fazer outros planos.

Acho que acima de tudo o mais importante é não estarmos com alguém que, para nós, seja um 2 ou um 3. Ao nosso lado tem de estar sempre alguém que nos mereça e, nesse caso, só podemos mesmo desejar um 10 :)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Enlouqueça você mesmo

Numa altura em que ando a tentar remodelar o meu quarto, esta crónica do Ricardo Araújo não podia ser mais oportuna:










"Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja. Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»? São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia».

As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas também conceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço hão-de transformar-se em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos. Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. Há dias, comprei no IKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos. Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias.
É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada.
Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece--me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem. Idiossincrasias do comércio moderno.

Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir.


O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro. E os suecos que montem tudo, se quiserem receber."

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Se somos Licenciados o melhor é ir para o Pingo Doce

Prometi a mim mesma que não iria fazer um post sobre este assunto (acho tão desprezível que para mim o melhor era mesmo não falar sobre o assunto), mas as uma vez que a questão tomou proporções gigantescas (nomeadamente no facebook e na blogosfera) acabei por não resistir.




O nosso grande bastonário Marinho e Pinto instituiu um exame de acesso ao estágio da Ordem dos Advogados.

Os resultados foram devastadores: Dos 275 licenciados que fizeram exame de acesso ao estágio apenas foram aprovados 33.

88 É a percentagem de licenciados em Direito que reprovaram no exame de acesso ao estágio da Ordem dos Advogados. Aqueles cujo pedido de revisão de nota não teve resultado positivo só podem voltar a fazer exame quando for aberta nova prova de acesso. Significa isto que, potencialmente, o número de inscritos pode duplicar na próxima ocasião, caso se mantenha o exame.

Questiono a mim mesma, desde logo, a legalidade desta prova. E não sou a única: o professor Marcelo Rebelo de Sousa disse o mesmo em declarações à TVI, o antigo bastonário fez um pé de vento e recusa-se a aceitar tal exame, e duas jovens sujeitas ao exame em causa interpuseram uma providência cautelar.

Ora vejamos:
Segundo o artigo
187.° do Estatuto da OA, «podem requerer a sua inscrição como advogados estagiários os licenciados em Direito por cursos universitários nacionais ou estrangeiros oficialmente reconhecidos ou equiparados». Determina o mesmo estatuto, no artigo 184.°, que os licenciados podem aceder ao estágio de advocacia «nos termos dos regulamentos aprovados em conselho geral».

Mas o Senhor Marinho e Pinto não presidiu um conselho geral em que determinou a aplicação dessa mesma prova aos NOVOS LICENCIADOS, digo, aos candidatos detentores de uma licenciatura pelo Processo de Bolonha?

Mais: pergunto-me para que servirá este exame e se não será ele uma medida injustificadamente discriminatória…Poderia perguntar ao SR. Marinho e Pinto mas ele já respondeu a esta pergunta:

“Queremos escolher os melhores e não os maus licenciados que tiram os cursos quase por correspondência ou porque pagam propinas”. Diz ainda o nosso Grande Bastonário que grande parte dos advogados vão na próxima década viver à custa dos pais.

Devo dizer-lhe Sr. Bastonário que mesmo que isso fosse verdade não vejo como é que isso pode ser um inconveniente para si, já que andou 10 anos a tirar o curso de direito e o suspendeu durante 6. Não viveu durante esse tempo todo á custa dos seus pais (que muito provavelmente também lhe pagavam as propinas)?


E já agora, também não foi o Sr. Bastonário que terminou o curso de Direito em Coimbra com a média final de 11 valores? Bem me parecia… é que nesse caso, e segundo a sua lógica, se o SENHOR tivesse realizado o exame (na década de 80) teria chumbado com toda a certeza.

Mas bolas, não podemos pensar numa coisa dessas porque no seu tempo NÃO HAVIA EXAME… que engraçado.

O senhor mais do que ninguém devia saber que não são as classificações que determinam a qualidade ou falta de qualidade de um profissional.
Devia também refrescar a sua memória e recordar-se que quando tirou o curso de direito não sabia nem metade das coisas que sabe hoje face à sua experiência profissional.

Aconselho o Sr. Bastonário, um dia destes quando estiver um pouco menos ocupado em dar entrevistas absurdas, a visitar a Faculdade de direito de Lisboa por um dia. A assistir às aulas, a ver as pautas.

Melhor: a assistir a um turno de orais. Garanto que a sua opinião vai mudar bastante.

Eu sei que muitas vezes é difícil pensar que não (principalmente porque quem costuma ir para Direito costuma ter um grande EGO), mas Sr. Bastonário… O senhor não é o dono da razão.

Lamento dizer-lhe, mas é verdade. Eu sei que o senhor não quer saber o que eu penso, o que todos os estudantes de direito pensam, o que pensa o Provedor de Justiça ou o Procurador Geral da República, porque o senhor vê insultos nos factos com que é confrontado, mas espero que saiba que o lugar que ocupa não se deve a obra do espírito santo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

"A Origem "




Ontem fui ao cinema ver "Inception" (A Origem), de Christopher Nolan.



Posso afirmar desde logo que é um filme de uma inteligência raríssima.

Tudo se resume aos sonhos, como os trailers e os posters faziam prever. Não há criaturas sobrenaturais, extraterrestres nem tão-pouco planetas estranhos. Tudo se passa aqui, na Terra, com pessoas. É simplesmente uma Terra onde as pessoas, como Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), têm a capacidade de transcender realidades.

Cobb é uma espécie de espião corporativo, cujo trabalho envolve a obtenção de informações valiosas, extraídas das mentes dos seus alvos enquanto estes sonham. Ele consegue entrar no seu subconciente e obter todas as informações possiveis e imaginarias sem que aqueles se apercebam que aquilo nao passa disso mesmo: um sonho.

Os mundos em que se passam os sonhos, sao criados por arquitectos (verdadeiros arquitectos que entram com ele no sonho).

O maior truque de Nolan é o facto de ele se servir da acção principal para tocar em temas muito mais complexos e profundos, como são o amor, a perda e incapacidade de esquecer alguém.

Ao puxar-nos para a autêntica montanha-russa que é grande parte do filme (com sonhos dentro de sonhos, dentro de sonhos, dentro de sonhos), e mantendo o filme sempre a níveis de intensidade estratosféricos, Nolan distrai-nos do facto de esta ser no fundo uma história sobre pessoas, meticulosamente construída. O simbolismo de um labirinto é frequentemente utilizado durante o filme e é, ironicamente, o símbolo mais apropriado para o descrever.


Enfim: um filme que vale a pena ver :)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Olá mês de Julho

"Olá faculdade. Olá manhãs e tardes ocupadas (e noites ás vezes).

Olá "metro, túnel, confusão". Olá pessoas estranhas. Olá fadiga.

Olá secretaria virtual. O meu número? 17572.

Olá nervosismos histéricos (e sem sentido).

Olá a mim.





[Alguém me diz onde posso comprar cérebros a preços acessíveis? não interessa a marca..]