quinta-feira, 23 de setembro de 2010

yesterday don't matter if it's gone.

" Há mulheres que se apaixonam por gays? Sim.

E gays que se apaixonam por mulheres? Também.

Talvez tal realidade provoque no típico macho latino estranheza, perplexidade e, por que não dizê-lo, um certo nojo, mas é um facto que há histórias de amor profundo e duradouro entre gays e mulheres heterossexuais.
O interesse de uma mulher por um gay pode ter a ver com padrões estéticos, mas passa também por um grau de entendimento intenso e completo, já que os gays muitas vezes percebem as mulheres melhor do que os homens, mesmo entre os que percebem de mulheres, porque uma coisa é saber como elas são e outra bem diferente é entendê-las intuitivamente.

Um gay que goste de mulheres – com ou sem interesse sexual por elas – sabe naturalmente o que elas querem.
Ele possui uma facilidade nata para as perceber, enquanto um heterossexual nem sempre consegue o mesmo.

Ora a diferença reside exactamente no seguinte: um heterossexual aceita ainda que não entenda, já um gay entende quase sempre uma mulher.
Mas há ainda outra questão: se é comum dizer que o amor não escolhe idade, por que não assumir que o amor também pode escolher o sexo? E por que precisamos de classificar tudo? Os rótulos trazem-nos segurança porque nos balizam e representam o conjunto de valores com os quais nos identificamos. Porém, a vida é profícua em trazer-nos surpresas: uma pessoa pode encantar-se, envolver-se, enrolar-se e até mesmo apaixonar-se por uma pessoa do mesmo sexo ou por uma pessoa que tendencialmente não se interessa pelo nosso. O que condiciona ou impede estes impulsos tem muito mais a ver com a dita escala de valores e de princípios com base nos quais actuamos, do que com os nossos próprios instintos"

Margarida Rebelo Pinto



(Esta Senhora acerta sempre na mouche...)