quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sol de pouca dura...




Daqui a poucos dias estarei em Inglaterra para umas mini- férias. Se não fosse a faculdade ficava até ao natal....

domingo, 8 de agosto de 2010

Já dizia o Garfield, «home is where they understand you».





Hoje fui ver a última cómedia romântica de Jim Field Smith, She's Out of My League ("Ela é demais para mim") .
O filme conta a história de Kirk, um rapaz perfeitamente comum, que conhece Molly, uma rapariga de uma beleza e inteligência excepcionais que se mostra interessada nele.
Mas Kirk, com as suas inseguranças e inibições, entra num processo de negação.

Durante todo o filme ouvimos um dos amigos de Kirk repetir que ele é "um 5" (puxado) e ela "um 10", que a a diferença de valores nunca poderia ser mais de 2 e que a relação deles está, por isso mesmo, condenada ao fracasso.

Dei por mim mesma a pensar sobre o significado de um 5 ou um 10.
No fundo é tudo uma questão numérica?
O que quero dizer é: para uma pessoa ser, por exemplo, um 8, é preciso exactamente o quê? ser alto ou baixo? magro ou gordo? musculado ou musculada? ter sentido de humor? ser tímida ou extrovertida? ter um rabo grande ou um peito grande? ter umas pernas bem delineadas?
Ou será que no fundo nada disso interessa quando se gosta?


Eu acho que quando gostamos de alguém essa pessoa é sempre um 10.
Mesmo com todos os seus defeitos (que demoram muitas vezes a serem vistos), ela é sempre um 10 e só cada um de nós sabe o que faz uma pessoa ser um 10 ou um 5.
Só cada um de nós sabe o que lhe agrada ou não agrada naquela pessoa.
E mesmo que a pessoa que está ao nosso lado não seja um modelo de perfeição, o que mais pesa é a relação que conseguimos construir com ela e o que conseguimos ver com os nossos olhos que mais ninguém consegue ver.

Não é por acaso que dizem que o amor é cego ou que o amor conhece coisas que a razão desconhece.



NÃO escolhemos por quem nos apaixonamos e, depois de nos apaixonarmos, não escolhemos amar esta ou aquela pessoa.
Podemos encontrar força suficiente para nos afastarmos de alguém que amamos e que nos faz mal, mas é impossível fingir que amamos alguém só porque essa pessoa preenche todos os itens da nossa folha de Excel.
Da mesma forma que quem fica à espera que a pessoa certa apareça, corre o risco de acabar os seus dias solteiro e sozinho.

Esta mania que temos sempre de analisar tudo e de pôr em causa o que não segue as regras ou os padrões habituais, acaba por se virar contra nós.

Mais vale deixar correr, confiar na vida e gozá-la enquanto cá andamos, não vá dar-se o caso de nos cair um piano em cima e, depois, já não haver nada a fazer. Até porque na prática nunca nada é como imaginámos, ou, como disse John Lennon, a vida é o que acontece enquanto estás ocupado a fazer outros planos.

Acho que acima de tudo o mais importante é não estarmos com alguém que, para nós, seja um 2 ou um 3. Ao nosso lado tem de estar sempre alguém que nos mereça e, nesse caso, só podemos mesmo desejar um 10 :)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Enlouqueça você mesmo

Numa altura em que ando a tentar remodelar o meu quarto, esta crónica do Ricardo Araújo não podia ser mais oportuna:










"Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja. Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»? São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia».

As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas também conceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço hão-de transformar-se em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos. Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. Há dias, comprei no IKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos. Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias.
É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada.
Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece--me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem. Idiossincrasias do comércio moderno.

Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir.


O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro. E os suecos que montem tudo, se quiserem receber."