terça-feira, 23 de março de 2010

Teoremas e soluções


"Há uma instituição portuguesa que é única no mundo inteiro. É o “já agora”. Noutras culturas, tratar-se-ia de um pleonasmo. Na nossa, faz parte do pasmo. O “Já agora” e a variante popular “Já que estás com a mão na massa…”, significam a forma particularmente portuguesa do desejo. Os portugueses não gostam de dizer que querem as coisas. Entre nós o querer é considerado uma violência. Por isso, quando se chega a um café, diz-se que se queria uma bica, e nunca que se quer uma bica. Se alguém oferece, também, uma aguardente, diz-se “Já agora…”. Tudo se passa no pretérito, no condicional, na coincidência (…)”


Miguel Vicente Esteves Cardoso





[E o que fazemos quando as nossas pessoas preferidas se vão embora para longe e precisamos (só) delas para falar?

Sentimo-nos sozinhos e cortamos revistas antigas].

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