quinta-feira, 8 de julho de 2010

A justa medida

Ha tempos vi uma reportagem no DN que tinha como titulo: ‘Novos clientes para a velha prostituição’.

A reportagem aponta os focos para os homens com menos de 30 anos enquanto frequentadores preferenciais de casa de alterne, clubes de strip e prostitutas de luxo.
Segundo a reportagem, ainda se mantém a velha tradição de perder a virgindade com uma profissional. Sobretudo para jovens com dificuldade em arranjar namoradas ( a acreditar nas palavras de um testemunho directo).

farto de ouvir as façanhas dos amigos, Luís tinha 18 anos quando se entregou nos braços de uma prostituta da berma do IC19 que o levou para um recanto da mata de Rio de Mouro, onde um colchão velho serviu de ringue para o estreante. Imagino que tenha sido no Verão, para evitar uma pneumonia com entrada directa para o hospital Amadora-Sintra.

Não é por acaso que se chama à prostituição a mais velha profissão do mundo. Haverá sempre procura e haverá sempre oferta. O que não deixa de me intrigar é que nos dias de hoje existem namoradas liberais e amigas desinibidas para quem o conceito de amizade colorida é uma prática corrente....

Ou será que como sou mulher não consigo separar as águas e isto para os homens não faz sentido nenhum, porque para eles é muito mais simples?



Há um lado animalesco que leva os homens a procurar o sexo pago e esta é uma verdade universal incontornável. Mas em Portugal acredito que esta realidade é cultural. A literatura portuguesa, espanhola e sul-americana está tão recheada de bandidos e pedofilos como de mulheres abnegadas e virtuosas. Talvez estes jovens que frequentam prostitutas ao final da noite, depois de fazer a ronda dos bares da cidade, tenham como referência próxima o pai, tio ou irmão que faz o mesmo. Voltando à tradição de perder a virgindade, os jovens continuam a ser levados pelos próprios pais ao ‘baptismo’.


Estas práticas enraizadas acentuam o abismo entre os dois sexos; as mulheres queixam-se de que os homens só gostam de porcaria e os homens reclamam que as suas mulheres não têm o mesmo andamento.
A eterna questão é: se elas tivessem o mesmo andamento, poderiam ser mulheres deles? Ou seriam consideradas umas grandes p* e por isso mesmo sem qualificações para o estatuto respeitável da legítima?

Afinal em que ficamos? Parece-me que uma lady na mesa e uma louca na cama é afinal só para os mais evoluídos, mesmo que sejam cantores pimba.

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